segunda-feira, 23 de maio de 2011

Saúde Pública: Recursos Humanos em um Novo Ambiente de Gestão

Na administração pública o tema mais clássico é recursos humanos. Seja pela escassez, seja pela qualificação, seja pelo desempenho ou qualquer outro motivo. O fato é que é tema recorrente nas reuniões de planejamento estratégico e outras em cujos assuntos envolvam resultados. Como lidar?

Na administração pública o tema mais clássico é recursos humanos, representado, em geral, pelo servidor público. Seja pela escassez, seja pela qualificação, seja pelo desempenho ou qualquer outro motivo. O fato é que é tema recorrente nas reuniões de planejamento estratégico e outras em cujos assuntos envolvam resultados.

Evidentemente que em saúde é o recurso mais importante, acima de qualquer outro como tecnologia, finanças e suprimentos. Porém, o fato é que nenhuma dessas áreas citadas terão boa performance se não houver bons técnicos e bons gerentes em seus comandos.

Enfim, tudo está relacionado diretamente às pessoas e seus processos de trabalho.

Na administração pública o histórico já é conhecido. Pouco investimento, não há plano de capacitação voltado ao aperfeiçoamento do servidor, os dirigentes não dão prioridade às reivindicações, as carreiras não estimulam a busca de melhorias, a remuneração não é atrelada a desempenho e ainda, para agravar, as funções mais importantes são confiadas a pessoas que não pertencem à carreira, por meio dos cargos em comissão.

Tudo isso gera um quadro de absoluto desânimo profissional pela ausência de perspectiva.

A situação piora ainda mais quando se fala na implantação de um novo modelo de gestão, apontando para as alternativas de firmar parcerias com entidades privadas com o fim de gerenciar serviços ou unidades de saúde, a exemplo das organizações sociais, fundações públicas de direito privado e parcerias público-privadas.

A comoção é geral e causa um grande sentimento de "obsolescência" que embala os discursos dos movimentos em prol dos servidores, entre eles os sindicatos e os conselhos de saúde.



Forma-se a partir daí a primeira e grande infantaria de resistência à implantação do novo modelo.

Evidentemente que esse é o discurso fácil de fazer. Tem muita munição para qualquer dirigente sindical.

E qual a forma de enfrentar o problema?

Bem, em primeiro lugar o dirigente público TEM que assumir um compromisso com o servidor, antes mesmo de falar sobre qualquer novo modelo a ser implantado. Esse compromisso deve conter medidas imediatas, pois promessas em longo prazo não são bem vistas, mas também deve considerar a perenidade, para que não se sintam "usados" naquele momento.

As medidas imediatas podem ser simplesmente a reorganização das carreiras, o agrupamento de funções por categorias profissionais e, evidentemente, uma nova tabela salarial, ainda que o impacto inicial seja pequeno, mas com horizontes visíveis de evolução.
Apresentar um plano de desenvolvimento de recursos humanos, o qual deverá trazer novas perspectivas de evolução e a introdução da remuneração variável, vinculada a um mecanismo de verificação de desempenho.

Para encerrar o ciclo de novidades, o servidor deve ser informado que a administração pública vai valorizar as atividades típicas de gestão, quais sejam: aquelas de desenvolvimento de indicadores e verificação de desempenho das atividades finalísticas, funções de estudo de novas metodologias de gestão, avaliação de impactos e resolutividade das áreas técnicas, avaliação e monitoramento de contratos de gestão, modernização de processos e estruturas, registro e divulgação de conteúdos técnicos, racionalização de custos, etc.
Em segundo lugar cumprir o prometido, enviando à Câmara Legislativa o Projeto de Lei. Muito provavelmente, sem antes passar por uma série de debates e audiências públicas com representações sindicais.
Isso significará um upgrade no papel da administração pública, hoje pautada por problemas operacionais que absorvem mais de 90% do tempo, tanto dos servidores quanto dos dirigentes.

Essas atitudes afastam e desarticulam os movimentos contrários, além de trazer um novo ânimo ao servidor público que, em todo processo que o levou a pouca qualificação, o seu único papel foi de vítima.

                                                                                                        Fonte:http://saudeurgente.blogspot.com

 

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